- Lá vai o Príncipe Picotado! – disse uma vez uma menina feita de linhas inteiras. Era a menina mais bonita que os seus pontos já tinham visto. Uma linha de perfeição que dava a volta ao quarteirão com o seu perfume. Tentando perder a vergonha e indo buscar a coragem de quem tem o mundo a viajar pelo seu corpo, o Príncipe Picotado respondeu:
- Não sei se sou príncipe. Nem se algum dia vou chegar a ser. Mas picotado sou e chamo-me. Já deves ter ouvido dizer por aí que o mundo entra para dentro de mim. Assusto-te?
- Sim, já tinha ouvido. És famoso. Mas não, não me assustas nada! Até acho que és mais bonito do que os outros rapazes feitos de linhas inteiras e tortas. Pareces mais sensível e consigo ver o que se passa na tua cabeça e no teu coração. - respondeu a menina ao mesmo tempo que escondia a cara corada atrás da franja feita de linhas castanhas.
- Como te chamas? – perguntou o Picotado enquanto os seus pontos giravam, encolhiam e viravam-se para dentro como quem tem vergonha e acredita que se pode fechar e ser indecifrável por instantes.
- Joalinha – respondeu a menina feita de uma linha só e logo de seguida continuou a falar, cada vez mais depressa. – Tive uma ideia! E se eu fosse buscar um lápis e unisse os teus traços? Sou boa a desenho e tenho a certeza de que assim ficavas mais protegido do frio do inverno que não tarda a chegar.
- Oh, o risco do lápis apaga-se num instante. Basta um banho.
- E se fizer com caneta?
- Esse sai facilmente com o sabonete… quando era mais novo não gostava de ser assim e já tentei de tudo.
- E se eu coser? – insistiu a Joalinha.
- Não sei se sou príncipe. Nem se algum dia vou chegar a ser. Mas picotado sou e chamo-me. Já deves ter ouvido dizer por aí que o mundo entra para dentro de mim. Assusto-te?
- Sim, já tinha ouvido. És famoso. Mas não, não me assustas nada! Até acho que és mais bonito do que os outros rapazes feitos de linhas inteiras e tortas. Pareces mais sensível e consigo ver o que se passa na tua cabeça e no teu coração. - respondeu a menina ao mesmo tempo que escondia a cara corada atrás da franja feita de linhas castanhas.
- Como te chamas? – perguntou o Picotado enquanto os seus pontos giravam, encolhiam e viravam-se para dentro como quem tem vergonha e acredita que se pode fechar e ser indecifrável por instantes.
- Joalinha – respondeu a menina feita de uma linha só e logo de seguida continuou a falar, cada vez mais depressa. – Tive uma ideia! E se eu fosse buscar um lápis e unisse os teus traços? Sou boa a desenho e tenho a certeza de que assim ficavas mais protegido do frio do inverno que não tarda a chegar.
- Oh, o risco do lápis apaga-se num instante. Basta um banho.
- E se fizer com caneta?
- Esse sai facilmente com o sabonete… quando era mais novo não gostava de ser assim e já tentei de tudo.
- E se eu coser? – insistiu a Joalinha.
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