quarta-feira, 30 de março de 2011

AS MINHAS MEIAS SEM PAR


O tempo passava e as histórias também. Às vezes mais depressa e às vezes mais devagar. E assim ela passava os dias à janela agasalhada com meias de histórias que aqueciam mais o coração do que os pés. 
Lá fora via a chuva a cair sem antes tropeçar, via as pessoas que fugiam quando ninguém corria atrás delas e via o sol a brincar às escondidas quando ninguém contava até 10 para correr à sua procura. 
Porque nem tudo tem uma razão, ela continuava a agasalhar-se com as suas meias  mesmo quando a Primavera espreitava e o Verão chegava. Tinha medo que o frio entrasse pelos pés e constipasse a sua imaginação. 
Ela sou eu e hoje, como sempre, estou a usar meias sem par. Cada uma tem uma cor e uma história diferente. 
Se quiseres empresto-te.